Nesta semana assisti ao filme “Lua Nova”, que continua a saga iniciada por “Crepúsculo”. O primeiro título criado por Stephenie Meyer saiu em 2005, nos Estados Unidos. No Brasil, o livro chegou apenas em 2008. Isto é, somente 3 anos depois. Eu mesmo apenas fiquei sabendo deste fenômeno de vendas este ano, pelos corredores do colégio em que trabalho, enquanto alguns alunos desfilavam com um livro negro, cuja capa frontal evidenciava uma maçã suculenta amparada por mãos femininas. E eu tinha que saber mais a respeito. Ler o que a garotada está lendo. Entender esse interesse. Inclusive na biblioteca do colégio ainda há lista de espera.
Uma saga é por excelência uma história cheia de incidentes. E o que não falta à narrativa é aventura. Afinal, a trama tem como protagonistas um casal um tanto quanto diferente: uma adolescente comum, quase sem sal, sem açúcar e um... vampiro.
Há certamente um tempero sedutor no enredo criado pela autora. Em que situações verossímeis, que parece verdadeiro, surgem de um momento a outro. E os exemplos não são poucos: quem nunca se mudou, saiu de um lugar que conhecia e precisou começar tudo de novo; fazer amigos novos e no processo se apaixonar por aquela dita pessoa, que na sua opinião de tão diferente, você jura que nunca conheceu ninguém como ela. Pessoa essa que você fará de tudo ao alcance para permanecer com ela. E chorará muito quando ela partir o seu coração, ao dizer que tudo acabou...
A atriz Kristen, que encarna a “heroína” Bella, ao ser questionada sobre o fenômeno, disse que o muito do sucesso tem a ver com o estilo voyeurista da história. Uma vez que a narrativa é muito íntima e pessoal, “como se você tivesse tropeçado no diário de alguém”. Kristen vai mais longe ao dizer que a história “...detalha o que a garota está pensando a cada segundo, suas obsessões e fixações...”.
Não posso dizer muito acerca do segundo filme. Até porque, caro leitor, você pode ainda não ter lido ou sequer assistido ao tão esperado título “Lua Nova”. Narrar o que assisti seria como repetir aos quatro ventos: “O mocinho morre no final. O mocinho morre no final!”. No entanto, não posso resistir. Porque me sinto na obrigação de elogiar a autora, que ao sobrepor na sua história outra que já fez chorar pessoas no mundo todo, consegue algo muito importante: criar uma intertextualidade sutil; um texto a partir de outro.
Ouso dizer, e muitos podem até achar que exagero ao fazê-lo, que Edward (o belo vampiro) e Bella (a introspectiva adolescente) são no presente, o que no passado representou o casal Romeu e Julieta. Amantes que comoveram multidões. Eles que aos olhos do mundo não podiam ficar juntos. E que sofreriam por isso. Por suas teimosias. Para terminar, aqui vai uma dica: assistir aos filmes pode até ser bom, e certamente lhe dará prazer. Mas ler. Ler da primeira a última página, sentido o cheiro do papel, é melhor ainda. Pense nisso!
Luciano Borges / Professor e Escritor / lb.letras@gmail.com
www.luciano-borges.blogspot.comSiga-me no Twitter: lucianoLETRAS
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