Comunicação - Competência Indispensável

“Nunca antes, na história deste país”, a comunicação se mostrou tão necessária para o desenvolvimento de pessoas, instituições e até mesmo de um país.
Uma revista especializada no desenvolvimento de pessoas, em publicação recente, divulgou em sua capa: “...o principal desafio para crescer na carreira hoje é se comunicar direito”. Em suma, a comunicação se tornou uma competência indispensável àqueles que estão no mercado de trabalho. Não importa se você está empregado ou não; ser espontâneo, ter empatia pelas pessoas, assim como prazer em ouvi-las, estão entre as principais dicas para se vencer na vida através da comunicação.
Como professor graduado em letras, aflige-me a ideia de que a maioria das pessoas não consegue articular seus pensamentos no papel. Afligi-me mais ainda quando professores de comunicação dizem a torto e direito que não se deve levar tanto a sério a língua falada, uma vez que esta é viva... Mas, não ter atenção ao modo como se fala pode lhe tirar sim uma vaga importante no mercado de trabalho, ou impedi-lo de se manter nele. É evidente que a língua, o nosso português, é vivo. Contudo, expressar-se de qualquer jeito tira o direito dos menos favorecidos à ascensão social. Inúmeras pessoas não entendem o porquê de não conseguirem um bom emprego; simplesmente desconhecem que na sua fala há inúmeros ruídos, tais como: gírias, jargões, modismos. Ruídos estes que atrapalham a comunicação. Hoje em dia necessita-se falar o mais claro possível, levando-se em conta a faixa etária do seu interlocutor, ou seja, a idade da pessoa a quem você se dirige. Não entender isso, é ficar a deriva em um grande mar de ruídos.
O que encontro com relativa frequência, atuando como revisor, são textos muito difíceis de ler e entender; parece que os pensamentos de alguns autores se perdem, tanto entre vírgulas e parágrafos mal colocadas, quanto na aridez insipiente do vocabulário utilizado no texto. Do mesmo modo, como professor de língua portuguesa, deparo-me constantemente com textos de alunos que não conseguem contar o que lhes passa na mente, observe este trecho: “Minhas escolha que eu escolhi para nos e mais fasil um seminário por fasil um exercícios em sala de aula”. Acredite, essa foi a resposta construída por um aluno quando inquirido sobre as algumas formas de avaliação.
“Um país se faz com homens e livros” — como tão bem colocou Monteiro Lobato. Contudo, acredito que este importante autor brasileiro se referia a homens que conseguissem interpretar os textos dos livros. E, interpretando estes mesmos livros, serem capazes de escreverem outros; colocar no papel o curso de seus pensamentos... Penso que o maior desafio hoje dos educadores não seja apenas capacitar os nossos filhos, torná-los técnicos. Mas, mais que isso, torná-los comunicadores eficientes, quer pela fala, quer pela escrita.

Luciano Borges / Escritor e Professor

Nenhum comentário: